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Mulheres são as maiores vítimas das cefaleias e enxaquecas

por Dr. Henrique Carneiro em 28th junho, 2011

Todos os estudos realizados por especialistas atestam que a maioria dos tipos de dores de cabeça atinge mais as mulheres do que os homens; principalmente a enxaqueca, que revela uma proporção de três mulheres para cada homem. Ainda não se sabe todas as causas, mas admite-se no meio científico a influência dos hormônios sexuais femininos como causa da cefaleia.

Segundo o neurologista Henrique Carneiro, o estrógeno e a progesterona possuem efeitos sobre os neurônios. “O desencadeante primário da cefaleia associado à menstruação parece ser a retirada do estrogênio. Contudo, alterações como gravidez (aumento) e menopausa (diminuição), também parecem afetá-las.”, explica.

A mulher passa por várias fases em seu ciclo de vida que afetam diretamente a condição hormonal: puberdade, fertilidade (que inclui ciclos menstruais e utilização de pílulas anticoncepcionais), gestação, menopausa e, em alguns casos, a reposição hormonal. Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleias, a maioria das ocorrências em mulheres é de enxaqueca, mas como são considerados 153 tipos diferentes de dores de cabeça, cada mulher deve ser avaliada individualmente para que seja estudada a melhor estratégia de combate à dor. “De forma didática, podemos dizer que a enxaqueca piora no período perimenstrual (um pouco antes, durante e um pouco depois), melhora no segundo e terceiro trimestres da gravidez e na menopausa, caso a mulher não esteja em reposição hormonal”, complementa o neurologista.

Maria do Carmo Martins, 63 anos, conhece bem o problema. Conviveu com a dor de cabeça durante 24 anos. Fumante, Maria do Carmo relata que as dores aumentavam quando fumava em excesso ou quando estava ansiosa. “Cheguei a fazer terapia para tentar aliviar a tensão, mas a dor de cabeça só parou com a chegada da menopausa. Hoje não sinto mais nada. Convivi muitos anos com a dor e agora é muito raro sentir alguma coisa,” comemora.

Segundo Henrique Carneiro, o caso de Maria do Carmo pode esconder riscos maiores: ”Enxaqueca com aura, cigarro e anticoncepcional juntos aumentam 18 vezes o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC). A pílula em si, isoladamente, não é um fator de risco. O problema aparece quando se somam os três fatores: enxaqueca, tabagismo e pílula”, comenta.

Problema pouco observado por pais e educadores é o indício, ainda na infância, de que meninas terão enxaqueca no futuro. Principalmente quando há histórico familiar da doença, é importante que os pais fiquem atentos aos sintomas da enxaqueca infantil tais como dores de barriga, dores nas pernas e enjôo em viagens que podem acontecer com ou sem a dor de cabeça.

Sobre o tratamento das dores, Dr. Henrique faz um alerta importante.  “Há tratamento eficaz para as cefaleias, assim como também existem os procedimentos e medicamentos preventivos. Ninguém é obrigado a conviver com a dor. Praticar exercício físico e cuidar do bem-estar é fundamental. Qualquer desvio comportamental, excesso de trabalho ou sedentarismo e fatores de  desequilíbrio do organismo podem desencadear crises de  enxaqueca e devem ser corrigidos. A condição psíquica e emocional também é um fator que não pode ser desprezado e deve ser avaliado e trabalhado no tratamento da enxaqueca. Indivíduos que exigem muito de si, sofrem desnecessariamente ou temem catástrofes sem motivo, por exemplo, podem beneficiar-se recorrendo à psicoterapia ou a técnicas como ioga e meditação que costumam funcionar bem. Caso haja envolvimento de um componente da musculatura cervical, a fisioterapia é um recurso com bons resultados e há evidências de que a acupuntura também tenha ação positiva nestes casos selecionados”, conclui.

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